Alguns poucos casos suspeitos estão em fase de investigação junto ao Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo

 

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e a Secretaria Municipal de Saúde promoveram na manhã da última sexta-feira (1º de abril), no prédio da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), uma coletiva de imprensa sobre a situação da gripe H1N1 no Município. 

 

Os profissionais da Saúde enfatizaram que, até o momento, ainda não foi confirmado nenhum caso da doença em Botucatu. No entanto, alguns poucos casos suspeitos estão em fase de investigação junto ao Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo. 

 

Apesar do avanço precoce do vírus pelo Estado, HCFMB e Secretaria de Saúde convergem de uma mesma opinião: além de intensificar os hábitos de prevenção, a população deve ter em mente que a porta de entrada para os casos de gripe devem ser os postos da Atenção Básica. 

“É nesta hora que a equipe vai avaliar se este paciente está em estado grave, fazendo a triagem adequada. Em caso de não gravidade, o paciente será tratado imediatamente na própria unidade. Confirmando a gravidade do caso, certamente os pacientes serão encaminhados aos Prontos-Socorros da Cidade”, diz o secretário municipal da Saúde, Dr. Claudio Lucas Miranda.

 

Ele afirma ainda que há mais de 50 médicos distribuídos nos postos de Botucatu e 18 plantonistas se revezam a cada 24 horas nos dois prontos-socorros Adulto e Pediátrico, além de duas unidades [Peabiru e Cohab 1] que abrem de 18 às 21 horas, com um médico cada. 

“O que a população deve se perguntar é: será mesmo que este é um caso grave, a ponto de ir ao Pronto-Socorro? Sabemos que a grande maioria dos casos de gripe pode ser acompanhada pelo médico do posto, seguido de muito repouso, hidratação com água e sucos cítricos, entre outras orientações médicas”, complementa.

 

O diretor de Departamento Assistência à Saúde do HCFMB, Prof. Dr. José Carlos Trindade Filho, comenta o aumento da demanda do Pronto Socorro Adulto, que passou de 250 a 350 casos atendidos por dia no fim deste mês de março. “É preciso que o paciente tenha tranquilidade ao procurar atendimento, para que o diagnóstico seja feito corretamente. Por isso, nada melhor que o médico do próprio posto que conhece melhor seu paciente”, orienta.

 

Segundo o chefe do Departamento de Pediatria do Hospital das Clínicas, Dr. Rossano César Bonato, apesar da demanda diária ter aumentado de 175 para 250 atendimentos, ainda não houve casos graves no Pronto Socorro Pediátrico. “Vale ressaltar que mais de 90% dos casos são classificados como azul ou verde. Ou seja, a imensa maioria está relacionada a resfriados comuns. Não precisaria estar no PS. Os pais devem levar sua criança ao Pronto-Socorro caso ela esteja muito apática, ofegante”, afirma.

 

Não estamos em uma pandemia, diz especialista

O H1N1 é uma variação da gripe comum. O vírus da gripe é muito propenso a sofrer mutações, e ao longo dos anos o ser humano passa a adquirir essas "variações" da gripe. Em geral, é uma doença de variação leve a moderada, evoluindo esporadicamente para casos graves. É isso que explica o vice-chefe do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Dr. Carlos Magno Fortaleza.

“O H1N1 nada mais é que a evolução da gripe. Sua principal forma de transmissão é pelo ar. A proporção de casos que evoluem para caso grave é muito pequena. Não estamos em uma pandemia da doença, como ocorreu em 2009”, diz.

As maneiras de prevenção são simples: “Além da vacina, é importante ter uma dieta bastante saudável, deixar os ambientes arejados, incluir o álcool em gel no cotidiano, usar lenço descartável para espirrar ou tossir e não sair de casa se estiver doente”, orienta Dr. Fortaleza.

 

Campanha inicia em 30 de abril

A Secretaria Municipal da Saúde informou que a campanha nacional de vacinação contra a gripe de 2016 já está pré-agendada para início no dia 30 de abril. “Mas estamos tentando antecipá-la na cidade. Se isso acontecer, informaremos imediatamente”, diz Dr. Cláudio.  

A imunização para H1N1 está indicada para os seguintes grupos: crianças a partir de 6 meses a menores de 5 anos; gestantes e puérperas; idosos acima de 60 anos e doentes crônicos com recomendação médica; profissionais de saúde, população indígena e carcerária.

 

Orientações e prevenções:

- Ao procurar assistência médica, informe os sintomas na recepção da unidade de saúde;

- Não vá à escola ou ao trabalho caso apresente sintomas respiratórios;

- Evitar aglomerações e ambientes fechados;

- Permanecer em casa até 24 horas após o desaparecimento dos sintomas;

- Grávidas, crianças, portadores de doenças crônicas e idosos são mais vulneráveis às complicações da gripe e portanto, devem redobrar os cuidados;

- Manter a caderneta de vacinação atualizada;

- Cobrir sempre o nariz e a boca ao tossir ou espirrar (usar lenços descartáveis ou proteger com o braço/antebraço);

- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;

- Lavar as mãos com frequência com água e sabão ou utilizar álcool em gel;

- Manter os ambientes domiciliares e de trabalho bem arejados e ventilados;

- Manter higienizados equipamentos de ar condicionado;

- Manter uma boa alimentação e hidratação, além de hábitos saudáveis;

- Faça três vezes ao dia gargarejos com uma solução salina [um dedo de água e meia colher de chá de sal]; a mesma mistura pode ser utilizada para a higienização das narinas.

 

 

Assessoria PMB