Por Carlos Ramos
Vivemos um momento de extremos, ou se é de esquerda ou se é de direita; ou é vermelho ou azul; momento que todos são especialistas em todos os assuntos e que levam tudo a ferro e fogo, e quando se chega a esse nível de extremismo se sobra muito pouco espaço para o entendimento e para o dialogo.
Numa democracia é natural que se tenham divergências de pensamentos, o que não é natural é a dificuldade em não aceitar a quem pensa diferente.
Através das redes sociais o discurso do ódio é feito de uma maneira muito simplista, se fala em matar ou morrer como se isso não significasse nada, muitas pessoas liberam os seus demônios de forma muito natural, se banalizam os direitos humanos, se banalizam os direitos a vida. Fortalece-se a intolerância.
É neste momento que devem surgir pessoas que tenham o objetivo de distensionar, de procurar por maior que seja as diferenças o mínimo de espaço para a conversa e para o entendimento.
Dialogar não significa acatar o pensamento do outro, nem abrir mão de suas posições, mas é necessário estar desarmado de suas crenças e aberto a ouvir o que o outro tem a dizer, e se o outro tiver argumentos coerentes e percebermos que nossa posição estava incorreta devemos ter a humildade de mudar a nossa posição.
Não existe dialogo entre as pessoas que se acham donas da razão, com quem esta carregado de ódio, com quem prega a intolerância, com quem trata adversário político como inimigo, quem não esta aberto ao outro, esse tipo de gente, com esse tipo de comportamento e atitude devem ser combatidas.
Só se dialoga com que quem esta aberto ao outro, aberto a convencer e a ser convencido, acima de tudo, aberto a ouvir e a entender a outra pessoa.
Portanto é necessário que todas as pessoas de bom senso, partidárias ou não, pessoas que tem responsabilidade com a nossa cidade e o nosso pais, tomem a iniciativa e abram canais de conversa, que enxerguem o outro, que pensem nos que nos une, mas que seja respeitada as diferenças e acima que estejam dispostos a combater o ódio e a intolerância.
É preciso avançarmos para um outro momento, o do respeito a quem pensa diferente, e o caminho é através do dialogo, é um caminho que parece o mais difícil, mas para quem defende a democracia, é o único.
Carlão é vice-presidente do PT de Botucatu