Do mesmo modo deveria ser com a internet, que se enquadra nessa mesma lógica. Esse é um bem que não pode ficar disponível apenas para quem tem condições de pagar. Por isso, defendo a ideia do uso progressivo da internet grátis, disponibilizada pelo Poder Público a todas as pessoas, sem nenhum custo direto.
E isso pode ser feito por meio da instalação de pontos de wi-fi por toda a cidade, especialmente nos bairros, de modo que, para acessar a internet nessas condições bastaria apenas ao usuário um cadastro e o que ele já adquire para tal, ou seja, o computador, o celular etc.
A implantação desse sistema configura-se como a contemplação de um direito legítimo do cidadão à internet livre. E com o fim de parte da sua renda mensal para custear esse serviço, hoje indispensável para o ser humano, seu poder de compra aumentaria, beneficiando também o comércio local, já que esse montante permaneceria circulando em Botucatu. Não sairia daqui na forma de concentração de renda para o grande capital.
Outras vantagens da proposta são que contribui sobremaneira para a inclusão digital e para democratização da informação, que com a internet deixa de ser monopólio dos grandes conglomerados de comunicação.
Vale ressaltar que tal medida é viável e já vem sendo praticada por diversos municípios desde os meados dos anos 2000. Com boa vontade política é sim possível transformar Botucatu em uma “Cidade Digital”.
Érick Facioli é jornalista, pós-graduado em Gestão de Cidades e mestrando em Saúde Coletiva