Por Chico Brito
Enquanto trabalhamos para construir um mundo mais tolerante, o racismo ganhou um aliado na propagação do preconceito – as redes sociais
No Mês da Consciência Negra, em que o país expõe as mazelas do preconceito racial e celebra os avanços no combate ao racismo, mais um exemplo chama a atenção e ganha o espaço da mídia, porque se trata de uma atriz global - Taís Araújo. Não adianta fechar os olhos e fingir que nada acontece nas ruas, nos bancos escolares, nos ambientes de trabalho, nos consultórios médicos, nos campos de futebol ou restaurantes, para ficar em alguns exemplos. O Brasil é racista, sim.
A luta pela igualdade racial no País ganhou força nos últimos anos. Implantamos políticas públicas afirmativas, como cotas para estudantes negros em universidades públicas, criamos Assessorias de Igualdade Racial, conselhos dos povos afrodescendentes, entre outras. Em nossa cidade, 20 de novembro é feriado desde 2007, com homenagens aos ancestrais africanos, debates sobre cidadania e cultura dos afrodescendentes e danos psicossociais causados pelo racismo.
Enquanto trabalhamos para construir um mundo mais tolerante, o racismo ganhou um aliado na propagação do preconceito – as redes sociais. Em 2014, a ONG Safernet Brasil, que atua pra transformar a Internet em um ambiente ético e responsável, recebeu 86,5 mil denúncias no Brasil, de 17,3 mil páginas com conteúdo racista, 11 mil (64,1%) estavam no Facebook. O racismo só perde para a pornografia infantil entre os crimes de direitos humanos na internet. Por isso, Google, Facebook e Twitter não podem fechar os olhos para o ódio e intolerância semeados na rede, precisam identificar os criminosos e puni-los.
*Chico Brito é prefeito de Embu das Artes pelo PT
linhadireta.org.br