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OPINIÃO
07/08/2016
Eleições já. Por Por José Everaldo da Rocha


O Diário decidiu, em comum acordo com os seus colunistas que serão candidatos nas próximas eleições, suspender temporariamente as suas participações semanais. Portanto, a partir desta semana, e até o final de setembro, assumo esta coluna em substituição a Valdemar Pinho, seu titular.

O Brasil vive uma grave crise política, talvez a maior de sua história. A credibilidade dos poderes executivo, legislativo e judiciário nunca foi tão baixa. A rejeição à política é enorme, atingindo todos os partidos, o que coloca em sério risco a democracia. Esta crise em parte é real e em parte fabricada por interesses de forças poderosas. A história do Brasil e do mundo mostra que, em momentos como este, é grande a tentação de algum “iluminado” aparecer como salvador da pátria e implantar uma ditadura com amargas e sangrentas consequências. Assim foi com a ditadura civil/militar brasileira de 64 a 88 e com Hitler, apenas como exemplos.

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes declarou em sua posse que combaterá “ações criminosas” de movimentos sociais. Protestos contra o golpe podem ser considerados “ações criminosas”? Como Secretário de Segurança do Estado de São Paulo defendeu repressão a manifestações com balas de borracha. E propôs tornar sigilosos por 50 anos todos os boletins de ocorrência policial e os manuais e procedimentos da Polícia Militar, decisão assinada por Geraldo Alkmin. Por suas atitudes seria um “bom” repressor numa ditadura. Estamos mal de Justiça.

Outra política do governo Temer é “privatizar o que for possível”. O ministro dos Transportes declarou ao assumir que a ordem do Presidente era essa. Significa privatizar também a Petrobrás. Grande sonho do governo FHC, que dividiu a empresa em várias fatias e mudou o seu nome para Petrobrax para facilitar sua venda, só não ocorreu porque Serra perdeu as eleições para Lula. Em 2015, quando ainda era senador, Serra propôs a suspensão da obrigatoriedade de participação da Petrobrás nos leilões do pré sal, aprovada em fevereiro de 2016. Nesta semana o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, anunciou a intenção de vender a maior parte da BR Distribuidora até início de 2017. Se consumada será o início da privatização de toda a empresa. O pré-sal é uma enorme reserva de um insumo estratégico cobiçado por todos os países do mundo. A desculpa dos que querem sua privatização é que a Petrobrás não teria condições no momento para explorar intensamente o pré-sal. Meia verdade. Em junho e julho a Petrobras bateu o recorde de produção de gás e petróleo. A Petrobrás é a única petroleira com tecnologia para exploração em águas muito profundas, desenvolvida inteiramente no Brasil. A sua privatização significa entregar essa tecnologia e essa riqueza para enriquecimento privado do capital estrangeiro, com algumas migalhas para poucos capitalistas nacionais que se associarem à empreitada. O petróleo continuará a ser um insumo extratégico mundial e o que não for explorado agora o será no futuro. Então, porque a pressa em entregar essa riqueza às multinacionais? Talvez a explicação esteja escondida numa notícia com pouca repercussão na mídia: A Atlas Economic Research Foundation; Foundation Koch (irmãos Koch - petróleo); ExxonMobil; Paulo Figueiredo (empresário, residente em Miami, neto de João Figueiredo, sócio de Donald Trump) financiaram entidades que articularam as manifestações a favor do golpe no Brasil. Além disso, o pré-sal é um patrimônio da nação brasileira que pode alavancar a Saúde e a Educação. A lei nº 12.858, de 2013 “Dispõe sobre a destinação para as áreas de educação e saúde de parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do caput do art. 214 e no art. 196 da Constituição Federal”. Com a privatização, adeus recursos do petróleo para educação e saúde.

O governo Temer não tem credibilidade, como mostram todas as pesquisas recentes, apesar da manipulação da grande imprensa oligopolizada. Seu governo composto pela maioria de ministros denunciados na Lava-Jato é um desastre. Por outro lado, Dilma também não tem apoio da maioria da população e não conseguirá governar com um Congresso que “tem lá uns 300, 400 achacadores”, como disse Cid Gomes.

Então, qual a saída?

Só há uma saída que respeite a democracia e solucione o impasse atual: novas eleições para Presidente. Pelo meu gosto, pra deputados também, mas aí já é sonhar muito alto. Dilma volta com o compromisso de convocar um plebiscito sobre novas eleições, que terá amplo apoio popular. O candidato eleito terá condições de desatar o nó em que nos encontramos. Se Temer ficar continuaremos a patinar na crise política, com perspectivas catastróficas para nosso futuro.

 

José Everaldo da Rocha é Metalúrgio e Presidente do PT Botucatu




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